sábado, 24 de novembro de 2012

O que queres ser quando fores grande?

Quando estava no secundário muitas das minhas conversas passavam pelo nosso futuro após esta etapa. Qual é a Universidade que queres ir?. Qual é o curso?. Quais são as outras opções que tens? Tens mesmo a certeza que queres isso?

Hoje as perguntas são diferentes: Qual é o destino internacional que escolheste?  Por quanto tempo vais? O que queres fazer quando acabares o curso?
As respostas à primeira e à segunda pergunta são fáceis, contudo,  na última hesito a responder.


Vai fazer um ano, no mês que vem, que fui passar o Natal a Luanda onde conheci realidades completamente diferentes da minha. Houve coisas que me fizeram muita confusão em adaptar-me: o transito caótico, os horários das refeições e a demasiada descontracção dos Angolanos.

Luanda faz parte dos meus planos, pois, penso que lá encontro trabalho mais facilmente do que em Lisboa mas existem coisas que me iria custar adaptar-me:

Um sistema de transportes eficazes: Luanda tem excesso de tráfego  Os transportes seriam uma opção para escoar o transito e as pessoas chegarem mais depressa aos seus locais de trabalho e não como as minhas primas fazem que é saírem três horas mais cedo para chegar ao trabalho evitando assim o transito loco. Como a "elite" diz: "Não tenho carro e não conduzo. E isto é do mais básico “A NÃO FAZER” em Luanda. Não há lugar algum onde eu possa ir sem carro." Cartas à Filo-Sofia.


Os portugueses têm muito a cultura dos centros comerciais. Em Lisboa, e nos arredores, existem dezenas de centros comerciais, práticos, em que podemos comprar o que quisermos na hora e a preços normais. Ao contrario de em Luanda onde é tudo caríssimo (5€ por um papel de embrulho 20x20? Um roubo).

Acho que uma das coisas que me iria fazer mesmo confusão era marcar encontros com pessoas. Eu gosto de ter as coisas planeadas, de saber que chego a horas ao sitio X, de saber que ninguém está à minha espera. E eu vivo um pouco dos atrasos Angolanos sempre que há almoços em que o almoço está marcado para as 14h e a essa hora o comer ainda nem sequer começou a ser feito.


É claro que eu não tenho só queixas a fazer e gostei da hospitalidade, fui bem recebida pela minha família  Da gastronomia só me queixo dos almoços serem quase jantares e os jantares serem ceias. O mussulo é paradisíaco. Mas é como o meu professor diz: "Se alguma coisa corre mal na viagem é essa coisa que vamos-nos lembrar mais".


Luanda é uma cidade que está a mudar. Todos os dias estão a ser construídos novos prédios que fazem lembrar NY, no ano passado a baía de Luanda estava em obras e neste momento a panorâmica deve ser outra.

Por isso, em resposta a esta pergunta, eu costumo dizer que Luanda está nos meus objectivos profissionais mas iria custar-me a adaptar ao estilo de vida. Na carta  Get out! Get out! Get out-a-here! identifiquei-me com muitas coisas que me iriam fazer falta se me mudasse para este país.

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