terça-feira, 27 de setembro de 2011

Más escolhas, desilusões e explicações

Chega uma certa altura na vida em que todos temos que tomar decisões que virão a nossa vida de pernas para o ar, eu posso dizer que a primeira (e ainda única) vez que isso me aconteceu tinha catorze anos e tive que escolher a área que queria continuar a estudar entre arte, ciencias sócio-económicas, humanidades, desporto e ciências e tecnologias eu a última influenciada pela profissão do meu pai (técnico de raio x), pelas séries televisivas (tipo CSI), pelas minhas boas notas a física e química e a ciências, e porque tudo aquilo que eu queria na altura era algo que tivesse que mexer em sangue ou teria que ser uma profissão na área da saúde (cardiopneumologista, técnica de análises clinicas etc.), lá escolhi a minha área, na altura de sonho, e deixando para trás a disciplina que eu mais gostava na altura, e que ainda gosto, História.
Não posso dizer, e se dissesse estava a mentir, que tudo o que veio com esta escolha foi mau porque não foi, não foi porque foi nessa altura que me aproximei de duas das pessoas mais importantes da minha vida e hoje sem elas eu não sou a mesma pessoa e hoje tenho a amizade que tenho com elas devido a essa escolha.
Embora considere essas duas pessoas como minhas irmãs, isso não apaga o facto de não ter conseguido ultrapassar o primeiro ano do secundário e ter entrado para uma turma completamente diferente daquela que eu estava mas também não posso dizer que tudo nessa turma tenha sido mau, aliás, posso dizer mas com essa turma aprendi o que era o Ser Humano na sua forma mais pura. Competitivo, mau, hipócrita, cínico, passando por cima de tudo e de todos por uma décima, assim foi a minha turma durante os três anos que se seguiram.
No ano passado foi difícil ver a maioria daquelas pessoas que cresceram comigo a entrarem para a Universidade e eu ainda ter que esperar mais um ano, todos no facebook a porem as Universidades em que tinham entrado e eu a vê-los nas praxes e a desejar lá estar. Um horrível passou, nunca tinha tido um ano assim tão stressante, aquilo que eu mais aprendi este ano foi trabalhar num grupo de pessoas que não têm nada a ver comigo e ter que engolir sapos porque eu  sou daquelas pessoas "Pão pão, queijo queijo", ou seja, se eu gosto de uma pessoa ou de alguma coisa, gosto, se não gosto não falo com a pessoa ou falo o indispensável sem grandes confianças mas naquela turma era do género à frente eram todos amigos e por trás era tudo a falar mal de uns e de outros; outra característica das pessoas com que eu convivi este ano foram popstars "eu sou a melhor eu, eu, eu e eu" e não sabem falar de outra coisa a não ser delas.
Como o ano foi tão psicologicamente e fisicamente cansativos que eu estava a "morrer" por férias e por estar em casa mas ainda faltavam os exames. Aqueles dois meses Junho e Julho foram os piores meses da minha vida e quem acompanha o blog deve recordar-se de eu falar sobre isso. Foram dois meses horríveis com uma pressão grande que eu estava quase a chegar a uma depressão porque tinha que consegui passar nos exames não podia falhar mais uma vez, não queria ser uma desilusão, queria mais que tudo neste mundo entrar para a Universidade, queria cumprir o meu sonho.
No fim de Julho lá acabaram os exames e dia 1 estava no Algarve a ter como preocupações a areia que estava na toalha e a água que estava fria pelo menos até ao dia 9, dia em que sairiam as notas dos exames. Como estava de férias pedi a uma amiga para ir ver-me as notas e quando ela me mandou o SMS com as notas o mundo à minha volta parou, senti-me como se estivesse a cair num posso sem fundo li o SMS várias vezes para ver se era mesmo verdade, liguei à minha amiga a confirmar. Nesse dia eu nem conseguia falar, eram as pessoas a telefonarem-me e eu não conseguia falar com elas, estava tanto calor que eu já me estava a sentir mal.


(Ia receber o SMS instantes depois de tirar esta foto, nem apreciei Albufeira de dia como deve ser, algo que eu sempre quis ir e que nunca fiz).


O dia passou e tentei aproveitar o resto das férias e não voltei a pensar em mais nada até ao dia que voltei para casa e tive que ir à escola tratar da matricula. Passar pelos portões daquela escola foi muito mau, tentei conter as lágrimas porque para qualquer lado que olhe eu lembro-me de uma situação qualquer com os meus "manos" e eles já lá não estão, são demasiadas as recordações, demasiadas.
O dia 17 de Setembro lá chegou e eu lá fui para o primeiro dia de aulas do ano. Outra das coisas que mais custa é o facto de não estar a numa turma fixa ter três turmas (português, química e matemática), e só estou pouco mais de uma hora em cada turma e não dá para socializar.
Digamos que eu não sou uma pessoa que seja tímida ou introvertida, muito pelo contrário, eu até sou bastante social, sempre a brincar mas não sei porquê quando estou com pessoas que não conheço fico um bocado acanhada mas tentei contrariar esse facto quando sentei-me ao pé de um rapaz (único lugar vazio da sala) na aula de química e tentei meter conversa com ele e ele respondeu-me e virou-me a cara sem abrir a boca nos 135 minutos seguintes. Nessa altura senti-me muito sozinha, algo que eu nunca tinha sentido.
E agora dou comigo a pensar: será que se tivesse escolhido Humanidades seria tudo diferente? Será que já estaria na Universidade? Será que tinha feito as amizades que fiz? Será ... Será ...Será....

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