O aspecto que eu quero salientar neste filme é a fotografia. É um filme estrangeiro mas filmado em Portugal e é um postal de Lisboa. Durante o filme vemos imagens do Miradouro da Nossa Senhora do Monte, passeamos pelas ruas de Alfama, andamos de Eléctrico, vamos ao "cemitério dos prazeres" (dark tourism) vimos a minha Rua Augusta e ainda temos direito a dois passeios de barco. É impressionante eu estar a ver estas imagens e dizer: "Passei por esta loja esta semana" mas deve ser isso que os Nova Iorquinos ou os Londrinos devem dizer frequentemente.
O filme conta uma história muito interessante e misteriosa sobre a vida em Portugal no tempo da Ditadura de Salazar, algo que hoje ainda é um assunto tabu para algumas famílias (o meu avô, por exemplo, não gosta de falar sobre esse tempo em Portugal e muito menos sobre a PIDE), mas não é um filme sobre essa época. É sobre um homem que vive uma vida sem normal até descobrir um livro e ficar obcecado sobre esse livro e tentar descobrir mais e mais sobre as personagens. Achei um mistério construído de uma forma muito inteligente e sem ser aborrecido em parte alguma.
Quanto aos actores, o filme conta com a participação Jeremy Irons entre outros actores franceses, portugueses e polacos, também gostei da mistura de nacionalidades, de sotaques. A minha única critica negativa neste filme é que faltou o som da língua portuguesa. Eu achei original o facto do ser uma história portuguesa e filmado em Portugal mas durante o filme todo só se ouve inglês não digo o filme todo a falar português nem nada parecido mas podia-se ouvir o português nas ruas ou numa parte em vez de se ouvir "traitor, traitor, traitor" devia-se ouvir "traidor, traidor, traidor" é nestes aspectos que eu digo. Também gostei de um elenco que não só era internacional mas também pouco conhecido.
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